Por mais natural que seja na vida das mulheres, a menstruação continua sendo um assunto delicado e, por vezes, até mesmo um tabu sobre o qual quase ninguém fala no ambiente de trabalho. A conhecida frase “ela está naqueles dias” já demonstra o desconforto de tocar neste assunto.   

Mas as mulheres que sofrem com seu ciclo – seja antes, durante ou logo depois da menstruação – sabem o quanto os sintomas podem alterar seu humor, disposição e relacionamento com colegas de trabalho, gestores ou parceiros.  

Afinal que mulher não teve ou tem sintomas como cólica, dor de cabeça, dores nas pernas, inchaço, ansiedade, tristeza, agressividade, fadiga, compulsão por doces, insônia, confusão, entre tantos outros ou, ainda, tudo isso junto?  

Segundo a medicina chinesa e também de acordo com nossas avós e bisavós, o ideal para a mulher quando menstrua seria ficar recolhida, tomando chazinho e aquecendo o abdómen, evitando tomar friagem e não se submetendo a situações estressantes.   

Claro que ficar recolhida e obedecer às necessidades corporais e emocionais neste período seria o ideal. Soube que o Japão e algumas províncias da China e Inglaterra reservam à mulher o direito de ficar em casa ou trabalhar à distância nesses dias – um tipo de “licença menstrual”.  

Recentemente aqui no Brasil, um deputado criou um projeto de lei para as trabalhadoras brasileiras. A proposta do parlamentar é que as mulheres possam se afastar por até três dias por mês do trabalho durante este período. O projeto ainda tramita na Câmara e deve ser analisado por diversas comissões.  

Polêmicas à parte sobre a viabilidade ou não desta prática, por ora podemos pensar no aqui e agora, no que podemos fazer para minimizar os efeitos às vezes devastadores desta fase. 

Dicas para Mulheres:  

  • Evite reuniões ou conversas potencialmente geradoras de tensões, sejam profissionais ou pessoais; 
  • Não tome decisões nestes dias. Busque o autoconhecimento para poder discernir o nível de gravidade dos problemas e saber diferenciar, por exemplo, entre uma insatisfação no trabalho e uma necessidade de demissão; ou entre uma briga com o parceiro e um divórcio. O autoconhecimento também ajuda a saber se a origem é hormonal ou emocional. Por exemplo, se nas férias os sintomas não aparecem, há questões emocionais envolvidas no quadro que precisam ser observadas.  
  • Administre a carga de trabalho de modo a ficar mais livre e tranquila. 
  • Seja gentil consigo mesma e se realmente os sintomas comprometerem a manutenção da rotina, assuma a responsabilidade sobre sua saúde e negocie com o gestor a possibilidade de trabalhar via home-office ou compensar os dias, por exemplo. As mulheres tendem a se sentir culpadas e envergonhadas se precisam faltar ao trabalho por este motivo.  Imaginar, no entanto, que é o equivalente a uma febre alta ou problemas gastrointestinais pode contribuir para você não se sentir constrangida.  
  • Evite açúcar, álcool e bebidas estimulantes.  
  • Faça meditação. Ela traz autodomínio, foco e expande a consciência. 
  • Use óleos essenciais como lavanda, gerânio, manjericão doce e hortelã pimenta se tiver dor de cabeça.  Aplique 10 gotas na água em um difusor de ambiente. 
  • Se necessário, busque ajuda médica, psicológica e técnicas de tratamento mais naturais. A Acupuntura e Auriculoterapia trazem benefícios cientificamente comprovados.  

Dicas para Homens 

  • Síndrome Pré-Menstrual existe e não é frescura.  Faça um exercício de empatia, se coloque no lugar da mulher e imagine como você se sentiria tendo os sintomas descritos. 
  • Evite conversas ou situações potencialmente geradoras de tensão nestes dias. 
  • Seja mais gentil e companheiro. 
  • Evite fazer críticas ou apontar suas insatisfações. Se perceber exagero da mulher, aponte e mostre como você se sente diante da situação, mas não banalize dizendo “você está assim por causa da TPM”. Este tipo de frase não ajuda em nada (pelo contrário) e pode provocar revolta e mais problemas. 

Tomar consciência de algumas atitudes positivas pode ajudar muito a mulher e contribuir para um ambiente melhor para todos.  

 

Maria José Morais 
Psicóloga e Acupunturista 


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